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Polícia abate suposto informador dos terroristas em Cabo Delgado

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O suspeito de auxiliar os insurgentes foi morto a tiro nas redondezas dos megaprojetos de gás natural em Afungi, na província nortenha de Cabo Delgado. Um membro da PRM ficou ferido na operação policial.

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A polícia de Moçambique anunciou esta segunda-feira (04.01) que abateu um suposto informador dos insurgentes no distrito de Palma, nas redondezas dos megaprojetos de gás natural em Afungi, na província de Cabo Delgado.

O facto ocorreu na sexta-feira (01.01), no bairro de Quitunda, uma zona próxima aos megaprojetos e que tem sido usada para realojar as populações que viviam na área que agora alberga os empreendimentos da petrolífera Total, que lidera o projeto.

"[As equipas] deslocaram-se para aquele bairro, chegados no local, a polícia foi recebida com tiros e sentiu-se obrigada a abrir fogo e daí um suposto informante dos terroristas acabou sendo alvejado mortalmente no local", afirmou o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Cabo Delgado.

Segundo Ernesto Madungue, a PRM terá se deslocado ao bairro após tomar conhecimento de que havia informadores dos grupos insurgentes em três residências, tendo, por isso, organizado equipas para responder à situação. "Também foi alvejado pelo suposto terrorista um dos membros da PRM, que ficou ferido e neste momento está a receber cuidados médicos no hospital", acrescentou.

Campos de gás na província moçambicana de Cabo Delgado
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Projetos ameaçados

Em dezembro, grupos rebeldes que têm protagonizado ataques armados em Cabo Delgado efetuaram, pelo menos, dois ataques próximos dos megaprojetos liderados pela francesa Total. O projeto é o maior investimento privado em África, da ordem dos 20 mil milhões de euros.

A Total informou que reduziu temporariamente a sua força de trabalho no local do projeto em resposta ao "ambiente prevalecente", acrescentando estar em "contato permanente" com as autoridades moçambicanas. "O ambiente operacional permanece em avaliação contínua e a Total mantém uma comunicação constante com as autoridades moçambicanas sobre o assunto", frisou a empresa.

A violência armada em Cabo Delgado começou há três anos e está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil deslocados, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba. Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019.


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